Carlos, Licenciado em Economia, desenvolveu a sua carreira em diferentes áreas de responsabilidade, entre as quais se destacam a direção de negócios de betão, argamassa e agregados. Além disso, assumiu posições de direção geral, comercial e estratégica, desenvolvendo funções de desenvolvimento de linhas de negócio, análise e arranque de projetos de investimento, controle orçamental, controle de gestão e análise financeira.
Como viveu a evolução técnica do betão pronto nos últimos anos?
Os conceitos associados ao betão foram evoluíndo ao longo dos anos, como consequência de fatores económicos e sociais. A resistência do betão, que continua a ser uma das condições mais importantes, deu lugar a outras características ambientais ou de durabilidade, das quais se destaca a sustentabilidade.
Tanto é assim, que a pressão em reduzir a produção de CO2 levou à busca de alternativas de produção e melhoria de produto. Entre elas, a criação de uma Declaração Ambiental de Produto (DAP) setorial que nos permitirá definir objetivos de redução e melhoria da pegada ambiental do betão.
A esta preocupação ambiental, deve-se acrescentar a crise sofrida que reduziu notavelmente o volume de vendas. Esta situação potenciou certas aplicações que, por falta de capacidade, ficaram abandonadas ou se desenvolveram novos betões com mais tecnologia.
Para o mercado do betão, o que significou o selo Expert desenvolvido pela Anefhop?
Quando aceitámos esta distinção, estávamos a atravessar um período muito difícil, a crise económica, e foi sem dúvida uma decisão muito corajosa.
Era preciso sair daquela situação reforçados, e foi isso mesmo que fizemos. Tanto é assim, que o selo Expert foi uma mudança importantíssima para o betão em Espanha. E não me refiro apenas a todo o trabalho nas fábricas para colocá-las em ordem, mas à mudança de mentalidade de todos os associados.
Essa mudança trouxe consigo termos de qualidade, meio ambiente e PRL, que já se utilizam há muito tempo na Europa.
Da mesma forma, o Selo preparou o terreno para que o recente projeto da DAP setorial recebesse quase 80% da produção da ANEFHOP.
Que representa Master Builders Solutions (MBS) desde o seu ponto de vista como parte ativa e influencer no setor do bet��o?
A química é uma das chaves do sucesso dos novos betões. Neste sentido, Master Builders Solutions (MBS) sempre foi um líder, não apenas na inovação, mas também na comunicação e cooperação com os produtores de betão.
Para os nossos associados, os fabricantes de adjuvantes sempre foram uma motivação para o desenvolvimento do setor do betão, introduzindo novas propriedades e propondo soluções perante o desafio de novas exigências.
MBS destacou-se precisamente pela sua sensibilidade para se antecipar aos problemas e introduzir melhorias e produtos que originaram novos valores adicionados para o betão.
Como o novo Real Decreto 163 afetará o mercado do betão?
Na Anefhop, pensamos que a influência será maior do que se poderia pensar numa primeira fase, o que nos orienta para um setor muito mais profissional.
As empresas da associação já percorreram parte do caminho para obter o selo Expert, por isso não partem do zero, mas ainda assim haverá que dar algum passo a mais em assuntos de qualidade.
O novo Certificado de cumprimento da RD será um documento fundamental que fornecerá as garantias de qualidade industrial imprescindíveis para poder entrar no mercado. Entendemos que ninguém poderá fornecer o mercado sem esse certificado, o que constituiria uma ilegalidade, punida com multas de valores muito elevados.
Que contribuição espera da Master Builders Solutions (MBS) no mercado de betão preparado com a implementação do novo código estrutural?
Os tempos atuais exigem maior colaboração no trabalho das empresas do setor de betão e dos fabricantes de adjuvantes, como é o caso de MBS.
Os requisitos de sustentabilidade e durabilidade, que reclama a sociedade atual, devem obter respostas eficientes da parte do setor de betão no qual o fabricante de adjuvantes deve desempenhar um papel elevado.
MBS também pode contribuir bastante na busca de soluções para problemas endémicos no setor, como são os derivados da colocação em obra para minimizar os efeitos do manuseamento do betão fornecido. Embora este tema tenha alcançado progressos com a tipologia de betões autocompactantes, talvez seja necessário promover a sua utilização e investigar outras alternativas.
Da mesma forma, é necessário enfrentar conjuntamente a divulgação das qualidades que fornecem os diferentes adjuvantes ao betão, entre as direções facultativas, uma vez que estas só prestam atenção aos betões especiais sem valorizar a tecnologia que está por detrás dos betões habituais.
Por último, e como novidade, está o anexo de Sustentabilidade que é pioneiro em Espanha. Hoje mais em voga do que nunca com a crescente preocupação da cidadania pela conservação do meio ambiente e dos recursos naturais. O betão é um material 100% reciclável, por isso, além de ser um dos elementos mais utilizados no mundo inteiro, é sustentável.
A química do betão necessita de evoluir para conseguir que os betões fabricados com material reciclado sejam cada vez mais uma realidade incorporada nos processos.